Pote 1:
Barcelona (ESP)
Manchester United (ENG)
Chelsea (ENG)
Arsenal (ENG)
Bayern München (GER)
Inter (ITA)
Milan (ITA)
Lyon (FRA)
Pote 2:
Werder Bremen (GER)
Real Madrid (ESP)
Roma (ITA)
Shakhtar Donetsk (UKR)
BENFICA (POR)
Valencia (ESP)
Marseille (FRA)
Panathinaikos (GRE)
Pote 3:
Tottenham (ENG)
Rangers (SCO)
Ajax (NED)
Basel (SUI)
Schalke 04 (GER)
Sporting Braga (POR)
København (DEN)
Spartak Moscow (RUS)
Pote 4:
Hapoel Tel Aviv (ISR)
Twente (NED)
Rubin Kazan (RUS)
Auxerre (FRA)
Cluj (ROU)
Partizan (SRB)
Zilina (SVK)
Bursaspor (TUR)
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Notícias 2010/2011: Sorteio da Liga dos Campeões é já amanhã
Espaço "fanfic": Fanfic da Dri - Parte IV
Capitulo 6
Depois do banho, quarto da Inês:
Andreia – Veste esta roupa da Inês!
Adriana – Obrigada por isto, Andreia!
Andreia – Não tens de agradecer, é para isto que as amigas servem! Eu vou descer para te acabares de arranjar. Vê se te acalmas mais um bocadinho e depois desce ok?
Adriana – Sim! Obrigada!
Adriana veste as calças de ganga escura, uma camisola vermelha e uns botins de salto e começa a olhar em seu redor. O quarto era muito bonito, a decoração tinha tons claros e estar naquele espaço conferia-lhe paz.
Adriana repara então numa foto na mesa-de-cabeceira, agarra-a. Era uma foto de Inês e Rúben, ela agarrou-a e fitou-a durante vários segundos. Eles estavam abraçados e com sorrisos enormes, parecia uma daquelas fotos dos amores dos livros, das revistas ou dos filmes.
Adriana sentia inveja do que eles tinham… Não era inveja de lhes desejar mal ou querer que se separassem porque ela adorava o seu melhor amigo e sabia que o seu lugar era do lado da Inês, era inveja de ela não ter o mesmo que eles.
Não ter uma relação seria, alguém que amasse de verdade e que fosse capaz de o admitir. Abandonou esses pensamentos, pousou a foto e desceu as escadas até chegar perto deles na sala.
Inês – Então? Sentes-te melhor?
Adriana – Sim… Obrigada por tudo!
Rúben – Não tens de agradecer… É para isto que os amigos servem…
Adriana – Eu tenho de ir para casa, vou chamar um táxi.
Rúben – Nada disso! Primeiro come qualquer coisa, fica connosco e depois eu levo-te a casa…
Adriana – Não sei… (Rúben olhou para ela com uns olhos a implorar e ela fitou David que a olhava expectante) Ok, também hoje estou mesmo sozinha em casa por isso… Ia morrer de tédio! (sorri)
Jantaram com calma, com muita conversa à mistura e risadas. Agora uns jogavam jogos na sala e outros conversavam amenamente.
Adriana sentia-se completamente desintegrada e não conseguia deixar de pensar em tudo o que se tinha passado naquela noite. A verdade é que ela se julgava condenada à solidão e pensava que jamais teria alguém que a amasse por aquilo que era, sem contrapartidas, sem mentiras.
Adriana abre o frigorífico e serve-se de um copo de água gelada. Não serviu apenas para lhe matar a sede mas para lhe limpar a alma e lavar-lhe todos aqueles pensamentos. Senta-se na bancada da ilha no meio da cozinha e aproveita a vista sobre Lisboa que se via da janela da cozinha.
Cada luz perfeita que delineava as colinas lá ao fundo, num céu negro, cada pormenor analisado delicadamente pelo seu olhar atento que Adriana acompanha com um último gole de água.
David – Ah então era aqui que cê tava!
Adriana – Parece que sim! (olhando por cima do ombro para a porta onde David entrara)
David – Cê não quer ir jogar pictionary com a gente?
Adriana – Não estou com muita vontade…
David – Mas pelo menos vem pró pé da gente…
Adriana – Não me apetece ir para o meio da confusão…
David – Ah mas eu não vou deixar você aqui sozinha não!
Adriana – Hum… (resmunga)
David – Eu vou ficar aqui com você!
David permanece em pé em frente a Adriana, mas nem estando sentada na bancada da ilha da cozinha faz com que seja mais alta que David.
Adriana – Não é justo! Vai-te divertir!
David – O que não é justo é cê ficar aqui enquanto está todo o mundo se divertindo e jogando na sala. Se você não vem eu fico!
Adriana – Então fica! Porque eu não vou! Não me apetece estar no meio de confusões. Preciso de paz… Para pensar…
David – Posso fazer-te uma pergunta? Senão te importares claro!
Adriana – Claro! Chuta!
David – Porque é você tava chorando? Não tem de responder senão quiser…
Adriana – Não há problema nenhum… Não é segredo para ninguém! Eu gosto de um rapaz ou pelo menos gostava, e fi-lo durante 3 anos e ele durante três anos gozou comigo. Ele sabia que bastava estalar os dedos e eu corria atrás dele e era mesmo isso que ele fazia. Dizia que me amava, eu acreditava e depois negava tudo, humilhava-me e fingia que eu não existia, e depois voltava e fazia o mesmo, durante 3 anos, e eu sempre a cair porque o amava… Agora percebo que aquilo não é nem nunca foi amor, era tipo um vício, uma obsessão, era tudo menos amor. Mas agora percebi que ele não vale a pena e que mereço alguém melhor. E então estou a esquecê-lo….
David – Se ele fazia isso com você era porque não te amava de verdade… Quem ama alguém de verdade não machuca ela dessa maneira não! Claro que as pessoas se acabam machucando de alguma maneira mas às vezes é porque se gostam demais, não amar é sofrer mas amar é sofrer muito mais, mas agora brincar com os seus sentimentos… Esse cara deve ser maior otário de sacanear uma menina linda que nem você!
Adriana ri-se timidamente
David – Isso na sua cara foi um sorriso? (sorrindo) (Adriana assente com a cabeça) Assim eu gosto mais! Que linda! Esquece esse cara vai! Há aí um montão de caras querendo te conhecer e namorar você pra quê perder tempo com um cara desses? Vai mas é se divertir, conhecer caras novos, e deixar esse babaca para lá!
Adriana – Obrigada, por tudo!
David fita Adriana e ela faz o mesmo. Olham-se intensamente nos olhos e estão cada vez mais próximos, David apoia timidamente as mãos na bancada aproximando-se assim de Adriana e esta tenta manter-se concentrada para não fazer nenhum disparate.
David – Não tem de agradecer não, os amigos são para isso mesmo!
David e Adriana estavam a milímetros de se beijarem, Adriana luta interiormente para se afastar de David mas ele é como um íman que a puxa com uma força que lhe é superior e imparável. Vendo que as suas tentativas são falhadas Adriana fecha os olhos decidida a deixar-se levar pelo momento.
Adriana sente o hálito quente de David nos seus lábios entreabertos e David acaricia-lhe a face ao mesmo tempo que desvia uma mecha de cabelo da bochecha direita de Adriana partindo assim para unir os dois lábios. Os escassos milímetros de o fazer são interrompidos.
Andreia – ADRIA... (entra na cozinha e vê aquela cena) …NA. Desculpem interromper eu não sabia que estavam aqui! Quer dizer sabia, mas pensava que estavas sozinha! Ok, esqueçam!
Desculpem!
David afasta o seu rosto de Adriana e larga a mecha de cabelo dela que segurava delicadamente com a sua mão.
Adriana – Não interrompeste, nos estávamos só a conversar… (Olha David nos olhos e volta-se de novo para Andreia) Querias alguma coisa? (disfarça percebendo que Andreia estava realmente atrapalhada)
Andreia – Vinha dizer-te que eu e Fábio vamos andando e vinha despedir-me de ti…
Adriana – Já?
Andreia – Sim, amanhã há coisas a fazer!
Adriana – Okay, então vemo-nos no próximo jogo?
Andreia – Claro! Óbvio!
Adriana e Andreia despedem-se com dois beijinhos e o mesmo acontece com David. Ambos seguem atrás dela para a sala para se despedirem de Fábio.
Sala:
Adriana – Então, eu lá estarei para ver o jogo!
Fábio – Assim é que se fala lampiona!
Todos se riem. Fábio e Andreia vão embora.
Adriana – Bem eu também tenho de ir andando… Alguém viu o meu telemóvel por ai?
Ruben – Para que é que o queres?
Adriana – Olha! Para chamar um táxi, para que é que achas?
Rúben – Nem penses, eu levo-te a casa, é num instantinho…
Adriana – Não é preciso… Ficas aí com a Inês. Aproveitam o tempo para namorarem… (enquanto procura o telemóvel)
Rúben – Nem penses! Eu levo-te!
Adriana – Ficas e pronto! (encontra o telemóvel) Aqui está ele!
Javi – Nosotros te llevamos!
Adriana – Não! Vocês não têm mais nada que fazer do que ir levar-me a casa? Vão namorar! É para isso que servem os namorados e as namoradas. Acreditem levar-me a casa não é assim tão entusiasmante como namorar! (ironiza)
Rúben – Adriana vá lá, o Diogo pode voltar a aparecer. Deixa-me levar-te ou então fica aqui em casa. O quarto de hóspedes está livre.
Adriana – Nem pensar! Eu vou para casa! De táxi! Acabou-se a discussão!
Rúben – És mesmo teimosa!
David – Eu levo você! É perigoso apanhar um táxi a essas horas da noite! Eu te levo… Ah e escusa de vir com a desculpa de namorar porque eu não tenho namorada! (Adriana olha para ele como que implorando para que ele não fizesse aquilo) E escusa de olhar assim para mim com esses olhões porque eu vou te levar de qualquer jeito!
Adriana – Fogo! Vocês são cá uns chatos!
Rúben – Obrigado David, assim fico muito mais sossegado! Vá lá Adriana. Vai com ele e porta-te bem! Não sejas refilona! Facilita!
Adriana – Ok, ok. Mas é só para não ficares preocupado! (Dá-lhe um beijo no rosto e um abraço) Obrigada por tudo amigão! Nem sei como agradecer!
Rúben – Não tens de o fazer! Sabes que eu estou aqui para tudo! (separa-se do abraço e sorri-lhe)
Despedem-se todos e cada um segue para a sua casa, Javi com a sua namorada Elena vão para casa, Inês e Rúben ficam na casa deles, e Adriana e David… Bem! Esses ainda iam ter uma noite bastante longa!
Capítulo 7
Parque de estacionamento:
Adriana – Este é o teu carro?
David – Sim, não é nenhum Ferrari nem nenhum Mercedes mas as miúdas costumam gostar… (brinca)
Adriana – Não posso! Eu queria que este fosse o meu primeiro carro depois de tirar a carta. Acho-o perfeito! É desportivo mas tem um toque de classe, perfeito para uma rapariga como eu!
David – (tosse) Bem obrigado pela parte que me toca!
Adriana – Tu percebeste o que quis dizer… Não te quis ofender, é um carro muito masculino mas acima de tudo é desportivo e combina na perfeição comigo! Não te estava a chamar menina ó! (riem-se ambos)
David – Ah fico muito mais descansado! Acredita! Vamos embora então?
Adriana – Claro!
David e Adriana foram falando durante todo o caminho até sua casa, e David não conseguia esconder um sorriso meio parvo na cara sempre que desviava discretamente os olhos da estrada e os punha em Adriana, que nem reparava na maneira como ele o fazia porque ia demasiado entretida com a conversa mas sempre atenta ao caminho para garantir que David não se enganava no caminho até sua casa.
“Ela é perfeita!” pensava David a cada sorriso parvo que lhe lançava.
Adriana – Chegámos!
David – É aqui?
Adriana – Sim… Neste prédio!
David – É um bom sítio…
Adriana – Moro aqui à pouco tempo, esta casa é só minha mas por enquanto divido-a com os meus pais porque a deles está em obras e não valia a pena eles gastarem dinheiro num hotel.
Porta do prédio:
David – Você é muito chegada à sua família?
Adriana – Sim… Pode-se dizer que sim. Não dispenso passar tempo de qualidade com eles… Sou muito ligada à minha mãe e desabafo tudo com ela, e em relação ao meu pai sempre fui a menininha do papá. Somos muito unidos…
David – Também sou muito unido à minha família, um dia você devia conhecê-los… Eles iam adorar você…Eles adoram conhecer os meus amigos…
Adriana – Quem sabe… Talvez um dia destes! Vou entrando… Está a ficar tarde… (procura as chaves na mala) Bolas! Não acredito!
David – Que foi?
Adriana – Não tenho chaves… Devo ter-me esquecido delas e os meus pais não estão cá… Estão na terra da nossa família … Eu não acredito! (agarra no telemóvel) Vou ligar à Débora! Tou?
Olha, não tenho chaves de casa será que podia ir dormir a tua casa? Ok, tudo bem! Não há problema eu cá me desenrasco… Tchau! Beijinhos!
David – Então?
Adriana – Ela não esta em casa… Agora onde é que eu vou dormir? Posso sempre ir para um hotel passar só esta noite mas não tenho nada comigo! Nem um pijama!
David – Você pode dormir na minha casa…
Adriana – Hã? Na tua casa? Nem pensar!
David – Sim… Ou você está pensando dormir na rua? Eu só tenho um quarto mas alguma coisa se há de arranjar… Nunca se deixa um amigo dormindo na rua…
Adriana – Acho que nestas condições não estou no direito de ser esquisita. De certeza que não vai haver problemas? Não tens de fazer isto só para seres simpático…
David – Não estou só a ser simpático… Quero mesmo que venhas! Para não dormires na rua claro! (disfarçando)
Adriana – Acho que não estou em condições de recusar…
David – Então vamos!
Casa de David Luiz:
Ele abre a porta e mostra-se contente por ter Adriana por perto.
David – Bem-vinda ao meu castelo! (brinca)
Adriana – Hum… É gira… Para um solteirão a morar sozinho nada mau!
David – Eish! Não é preciso ofender!
Adriana – Hum hum! Claro! (gozando)
David – Bem você quer comer ou beber alguma coisa?
Adriana – Um copo de água não ia mal…
David – Então sai um copo de água!
Cozinha:
David – Aqui está! (estendendo-lhe o copo de água)
Adriana – Obrigada! (dá um gole)
Adriana olhava para David e não conseguia esconder um sorriso parvo que teimava em surgir-lhe na cara por muito que o tentasse travar.
David – Tá olhando pra mim assim porquê?
Adriana – Estava a pensar que és muito diferente…
David – Diferente?
Adriana – Sim… Daquilo que eu tinha imaginado.
David – Ah então aí eu não sou diferente não, as revistas e isso é que não passam a imagem verdadeira de mim.
Adriana – Pelas entrevistas e isso percebe-se que és uma pessoa simples, humilde, honesta mas há mais coisas que as entrevistas não deixam transparecer. Tu és verdadeiro, genuíno, há alguma coisa em ti que eu não sei explicar…
David – Espero que isso seja bom…
Adriana – É! Acredita! (sorri e dá outro gole no copo)
David – Assim fico bem mais sossegado! Você quer fazer alguma coisa, ver um filme, sei lá! Ou está cansada e prefere ir dormir?
Adriana – Cansada eu? Não por esta hora se tivesse em casa estava a dar uns socos no saco, ou a ensaiar a minha coreografia de contemporâneo por isso energia a mim é coisa que não me falta!
David – Dar socos no saco? Você luta?
Adriana – Sim, Kickboxing! Já pratico o desporto há dois anos.
David – Devo fugir?
Adriana – Não, senão houver saco eu não luto. Se bem que até nem serias mau para saco…
David – Sim, mas vamos esquecer essas ideias!
Adriana – (punhos junto à cara em posição de ataque) Vá lá! Não me digas que o fraquinho afinal és tu e não o Rúben… (dá uns socos no ar para aquecer mas percebe o estado de pânico de David e desmancha-se a rir) Estava a brincar, ó!
David – Tomei maior susto! Achei que você ia mesmo me bater…
Adriana – Não… Eu não bato em fraquinhos! (rindo)
David – Ah engraçadinha você! Mas agora a sério, se não está cansada quer fazer o quê? Ver um filme, televisão, ou simplesmente nada porque já esta farta de mim?
Adriana – Farta de ti? Bem a essa não respondo porque não quero ferir os teus sentimentos (brinca) Sei lá podemos ver um filme?
David – Por mim… Tudo bem!
Sala:
Ambos se riem à gargalhada
Adriana – Este filme é muito bom!
David – Mesmo! Muito engraçado!
Adriana – Eles vão-se apaixonar aposto! Esta comédia romântica é das melhores que já vi até hoje…
David – Só a estamos a ver há 15 minutos…
Adriana – Mesmo assim… Eu tenho olho para isto…
25 minutos depois…
Adriana – Não acredito que ele a vai deixar! Eles não podem acabar separados!
David – Ah eles ficam juntos de certeza, nos filmes é sempre assim…
Adriana – Ai, ele foi-se embora! Que triste!
Adriana agarra-se ao braço de David, mantendo um braço enroscado no dele e a sua mão disponível desliza quase que instintivamente pelo braço a baixo até se unir á dele. Apesar de ser tímido David não foge com a mão e agarra a mão dela com firmeza para ter a certeza que ela não se arrependeria e tiraria a mão.
O que tinha começado como uma noite de casais, com muitas confusões, em casa de Inês, acaba agora em casa de David.
Sem quase darem por isso e sem saberem bem como ali estavam os dois agarrados, de mãos dadas a ver um filme.
David usava o seu polegar para fazer ligeiros movimentos na mão de Adriana acariciando-a, eram como festinhas mas que provocavam a Adriana cócegas e uma sensação de nervosismo no estômago.
continua...
PS: A responsabilidade do texto é do próprio autor.
Depois do banho, quarto da Inês:
Andreia – Veste esta roupa da Inês!
Adriana – Obrigada por isto, Andreia!
Andreia – Não tens de agradecer, é para isto que as amigas servem! Eu vou descer para te acabares de arranjar. Vê se te acalmas mais um bocadinho e depois desce ok?
Adriana – Sim! Obrigada!
Adriana veste as calças de ganga escura, uma camisola vermelha e uns botins de salto e começa a olhar em seu redor. O quarto era muito bonito, a decoração tinha tons claros e estar naquele espaço conferia-lhe paz.
Adriana repara então numa foto na mesa-de-cabeceira, agarra-a. Era uma foto de Inês e Rúben, ela agarrou-a e fitou-a durante vários segundos. Eles estavam abraçados e com sorrisos enormes, parecia uma daquelas fotos dos amores dos livros, das revistas ou dos filmes.
Adriana sentia inveja do que eles tinham… Não era inveja de lhes desejar mal ou querer que se separassem porque ela adorava o seu melhor amigo e sabia que o seu lugar era do lado da Inês, era inveja de ela não ter o mesmo que eles.
Não ter uma relação seria, alguém que amasse de verdade e que fosse capaz de o admitir. Abandonou esses pensamentos, pousou a foto e desceu as escadas até chegar perto deles na sala.
Inês – Então? Sentes-te melhor?
Adriana – Sim… Obrigada por tudo!
Rúben – Não tens de agradecer… É para isto que os amigos servem…
Adriana – Eu tenho de ir para casa, vou chamar um táxi.
Rúben – Nada disso! Primeiro come qualquer coisa, fica connosco e depois eu levo-te a casa…
Adriana – Não sei… (Rúben olhou para ela com uns olhos a implorar e ela fitou David que a olhava expectante) Ok, também hoje estou mesmo sozinha em casa por isso… Ia morrer de tédio! (sorri)
Jantaram com calma, com muita conversa à mistura e risadas. Agora uns jogavam jogos na sala e outros conversavam amenamente.
Adriana sentia-se completamente desintegrada e não conseguia deixar de pensar em tudo o que se tinha passado naquela noite. A verdade é que ela se julgava condenada à solidão e pensava que jamais teria alguém que a amasse por aquilo que era, sem contrapartidas, sem mentiras.
Adriana abre o frigorífico e serve-se de um copo de água gelada. Não serviu apenas para lhe matar a sede mas para lhe limpar a alma e lavar-lhe todos aqueles pensamentos. Senta-se na bancada da ilha no meio da cozinha e aproveita a vista sobre Lisboa que se via da janela da cozinha.
Cada luz perfeita que delineava as colinas lá ao fundo, num céu negro, cada pormenor analisado delicadamente pelo seu olhar atento que Adriana acompanha com um último gole de água.
David – Ah então era aqui que cê tava!
Adriana – Parece que sim! (olhando por cima do ombro para a porta onde David entrara)
David – Cê não quer ir jogar pictionary com a gente?
Adriana – Não estou com muita vontade…
David – Mas pelo menos vem pró pé da gente…
Adriana – Não me apetece ir para o meio da confusão…
David – Ah mas eu não vou deixar você aqui sozinha não!
Adriana – Hum… (resmunga)
David – Eu vou ficar aqui com você!
David permanece em pé em frente a Adriana, mas nem estando sentada na bancada da ilha da cozinha faz com que seja mais alta que David.
Adriana – Não é justo! Vai-te divertir!
David – O que não é justo é cê ficar aqui enquanto está todo o mundo se divertindo e jogando na sala. Se você não vem eu fico!
Adriana – Então fica! Porque eu não vou! Não me apetece estar no meio de confusões. Preciso de paz… Para pensar…
David – Posso fazer-te uma pergunta? Senão te importares claro!
Adriana – Claro! Chuta!
David – Porque é você tava chorando? Não tem de responder senão quiser…
Adriana – Não há problema nenhum… Não é segredo para ninguém! Eu gosto de um rapaz ou pelo menos gostava, e fi-lo durante 3 anos e ele durante três anos gozou comigo. Ele sabia que bastava estalar os dedos e eu corria atrás dele e era mesmo isso que ele fazia. Dizia que me amava, eu acreditava e depois negava tudo, humilhava-me e fingia que eu não existia, e depois voltava e fazia o mesmo, durante 3 anos, e eu sempre a cair porque o amava… Agora percebo que aquilo não é nem nunca foi amor, era tipo um vício, uma obsessão, era tudo menos amor. Mas agora percebi que ele não vale a pena e que mereço alguém melhor. E então estou a esquecê-lo….
David – Se ele fazia isso com você era porque não te amava de verdade… Quem ama alguém de verdade não machuca ela dessa maneira não! Claro que as pessoas se acabam machucando de alguma maneira mas às vezes é porque se gostam demais, não amar é sofrer mas amar é sofrer muito mais, mas agora brincar com os seus sentimentos… Esse cara deve ser maior otário de sacanear uma menina linda que nem você!
Adriana ri-se timidamente
David – Isso na sua cara foi um sorriso? (sorrindo) (Adriana assente com a cabeça) Assim eu gosto mais! Que linda! Esquece esse cara vai! Há aí um montão de caras querendo te conhecer e namorar você pra quê perder tempo com um cara desses? Vai mas é se divertir, conhecer caras novos, e deixar esse babaca para lá!
Adriana – Obrigada, por tudo!
David fita Adriana e ela faz o mesmo. Olham-se intensamente nos olhos e estão cada vez mais próximos, David apoia timidamente as mãos na bancada aproximando-se assim de Adriana e esta tenta manter-se concentrada para não fazer nenhum disparate.
David – Não tem de agradecer não, os amigos são para isso mesmo!
David e Adriana estavam a milímetros de se beijarem, Adriana luta interiormente para se afastar de David mas ele é como um íman que a puxa com uma força que lhe é superior e imparável. Vendo que as suas tentativas são falhadas Adriana fecha os olhos decidida a deixar-se levar pelo momento.
Adriana sente o hálito quente de David nos seus lábios entreabertos e David acaricia-lhe a face ao mesmo tempo que desvia uma mecha de cabelo da bochecha direita de Adriana partindo assim para unir os dois lábios. Os escassos milímetros de o fazer são interrompidos.
Andreia – ADRIA... (entra na cozinha e vê aquela cena) …NA. Desculpem interromper eu não sabia que estavam aqui! Quer dizer sabia, mas pensava que estavas sozinha! Ok, esqueçam!
Desculpem!
David afasta o seu rosto de Adriana e larga a mecha de cabelo dela que segurava delicadamente com a sua mão.
Adriana – Não interrompeste, nos estávamos só a conversar… (Olha David nos olhos e volta-se de novo para Andreia) Querias alguma coisa? (disfarça percebendo que Andreia estava realmente atrapalhada)
Andreia – Vinha dizer-te que eu e Fábio vamos andando e vinha despedir-me de ti…
Adriana – Já?
Andreia – Sim, amanhã há coisas a fazer!
Adriana – Okay, então vemo-nos no próximo jogo?
Andreia – Claro! Óbvio!
Adriana e Andreia despedem-se com dois beijinhos e o mesmo acontece com David. Ambos seguem atrás dela para a sala para se despedirem de Fábio.
Sala:
Adriana – Então, eu lá estarei para ver o jogo!
Fábio – Assim é que se fala lampiona!
Todos se riem. Fábio e Andreia vão embora.
Adriana – Bem eu também tenho de ir andando… Alguém viu o meu telemóvel por ai?
Ruben – Para que é que o queres?
Adriana – Olha! Para chamar um táxi, para que é que achas?
Rúben – Nem penses, eu levo-te a casa, é num instantinho…
Adriana – Não é preciso… Ficas aí com a Inês. Aproveitam o tempo para namorarem… (enquanto procura o telemóvel)
Rúben – Nem penses! Eu levo-te!
Adriana – Ficas e pronto! (encontra o telemóvel) Aqui está ele!
Javi – Nosotros te llevamos!
Adriana – Não! Vocês não têm mais nada que fazer do que ir levar-me a casa? Vão namorar! É para isso que servem os namorados e as namoradas. Acreditem levar-me a casa não é assim tão entusiasmante como namorar! (ironiza)
Rúben – Adriana vá lá, o Diogo pode voltar a aparecer. Deixa-me levar-te ou então fica aqui em casa. O quarto de hóspedes está livre.
Adriana – Nem pensar! Eu vou para casa! De táxi! Acabou-se a discussão!
Rúben – És mesmo teimosa!
David – Eu levo você! É perigoso apanhar um táxi a essas horas da noite! Eu te levo… Ah e escusa de vir com a desculpa de namorar porque eu não tenho namorada! (Adriana olha para ele como que implorando para que ele não fizesse aquilo) E escusa de olhar assim para mim com esses olhões porque eu vou te levar de qualquer jeito!
Adriana – Fogo! Vocês são cá uns chatos!
Rúben – Obrigado David, assim fico muito mais sossegado! Vá lá Adriana. Vai com ele e porta-te bem! Não sejas refilona! Facilita!
Adriana – Ok, ok. Mas é só para não ficares preocupado! (Dá-lhe um beijo no rosto e um abraço) Obrigada por tudo amigão! Nem sei como agradecer!
Rúben – Não tens de o fazer! Sabes que eu estou aqui para tudo! (separa-se do abraço e sorri-lhe)
Despedem-se todos e cada um segue para a sua casa, Javi com a sua namorada Elena vão para casa, Inês e Rúben ficam na casa deles, e Adriana e David… Bem! Esses ainda iam ter uma noite bastante longa!
Capítulo 7
Parque de estacionamento:
Adriana – Este é o teu carro?
David – Sim, não é nenhum Ferrari nem nenhum Mercedes mas as miúdas costumam gostar… (brinca)
Adriana – Não posso! Eu queria que este fosse o meu primeiro carro depois de tirar a carta. Acho-o perfeito! É desportivo mas tem um toque de classe, perfeito para uma rapariga como eu!
David – (tosse) Bem obrigado pela parte que me toca!
Adriana – Tu percebeste o que quis dizer… Não te quis ofender, é um carro muito masculino mas acima de tudo é desportivo e combina na perfeição comigo! Não te estava a chamar menina ó! (riem-se ambos)
David – Ah fico muito mais descansado! Acredita! Vamos embora então?
Adriana – Claro!
David e Adriana foram falando durante todo o caminho até sua casa, e David não conseguia esconder um sorriso meio parvo na cara sempre que desviava discretamente os olhos da estrada e os punha em Adriana, que nem reparava na maneira como ele o fazia porque ia demasiado entretida com a conversa mas sempre atenta ao caminho para garantir que David não se enganava no caminho até sua casa.
“Ela é perfeita!” pensava David a cada sorriso parvo que lhe lançava.
Adriana – Chegámos!
David – É aqui?
Adriana – Sim… Neste prédio!
David – É um bom sítio…
Adriana – Moro aqui à pouco tempo, esta casa é só minha mas por enquanto divido-a com os meus pais porque a deles está em obras e não valia a pena eles gastarem dinheiro num hotel.
Porta do prédio:
David – Você é muito chegada à sua família?
Adriana – Sim… Pode-se dizer que sim. Não dispenso passar tempo de qualidade com eles… Sou muito ligada à minha mãe e desabafo tudo com ela, e em relação ao meu pai sempre fui a menininha do papá. Somos muito unidos…
David – Também sou muito unido à minha família, um dia você devia conhecê-los… Eles iam adorar você…Eles adoram conhecer os meus amigos…
Adriana – Quem sabe… Talvez um dia destes! Vou entrando… Está a ficar tarde… (procura as chaves na mala) Bolas! Não acredito!
David – Que foi?
Adriana – Não tenho chaves… Devo ter-me esquecido delas e os meus pais não estão cá… Estão na terra da nossa família … Eu não acredito! (agarra no telemóvel) Vou ligar à Débora! Tou?
Olha, não tenho chaves de casa será que podia ir dormir a tua casa? Ok, tudo bem! Não há problema eu cá me desenrasco… Tchau! Beijinhos!
David – Então?
Adriana – Ela não esta em casa… Agora onde é que eu vou dormir? Posso sempre ir para um hotel passar só esta noite mas não tenho nada comigo! Nem um pijama!
David – Você pode dormir na minha casa…
Adriana – Hã? Na tua casa? Nem pensar!
David – Sim… Ou você está pensando dormir na rua? Eu só tenho um quarto mas alguma coisa se há de arranjar… Nunca se deixa um amigo dormindo na rua…
Adriana – Acho que nestas condições não estou no direito de ser esquisita. De certeza que não vai haver problemas? Não tens de fazer isto só para seres simpático…
David – Não estou só a ser simpático… Quero mesmo que venhas! Para não dormires na rua claro! (disfarçando)
Adriana – Acho que não estou em condições de recusar…
David – Então vamos!
Casa de David Luiz:
Ele abre a porta e mostra-se contente por ter Adriana por perto.
David – Bem-vinda ao meu castelo! (brinca)
Adriana – Hum… É gira… Para um solteirão a morar sozinho nada mau!
David – Eish! Não é preciso ofender!
Adriana – Hum hum! Claro! (gozando)
David – Bem você quer comer ou beber alguma coisa?
Adriana – Um copo de água não ia mal…
David – Então sai um copo de água!
Cozinha:
David – Aqui está! (estendendo-lhe o copo de água)
Adriana – Obrigada! (dá um gole)
Adriana olhava para David e não conseguia esconder um sorriso parvo que teimava em surgir-lhe na cara por muito que o tentasse travar.
David – Tá olhando pra mim assim porquê?
Adriana – Estava a pensar que és muito diferente…
David – Diferente?
Adriana – Sim… Daquilo que eu tinha imaginado.
David – Ah então aí eu não sou diferente não, as revistas e isso é que não passam a imagem verdadeira de mim.
Adriana – Pelas entrevistas e isso percebe-se que és uma pessoa simples, humilde, honesta mas há mais coisas que as entrevistas não deixam transparecer. Tu és verdadeiro, genuíno, há alguma coisa em ti que eu não sei explicar…
David – Espero que isso seja bom…
Adriana – É! Acredita! (sorri e dá outro gole no copo)
David – Assim fico bem mais sossegado! Você quer fazer alguma coisa, ver um filme, sei lá! Ou está cansada e prefere ir dormir?
Adriana – Cansada eu? Não por esta hora se tivesse em casa estava a dar uns socos no saco, ou a ensaiar a minha coreografia de contemporâneo por isso energia a mim é coisa que não me falta!
David – Dar socos no saco? Você luta?
Adriana – Sim, Kickboxing! Já pratico o desporto há dois anos.
David – Devo fugir?
Adriana – Não, senão houver saco eu não luto. Se bem que até nem serias mau para saco…
David – Sim, mas vamos esquecer essas ideias!
Adriana – (punhos junto à cara em posição de ataque) Vá lá! Não me digas que o fraquinho afinal és tu e não o Rúben… (dá uns socos no ar para aquecer mas percebe o estado de pânico de David e desmancha-se a rir) Estava a brincar, ó!
David – Tomei maior susto! Achei que você ia mesmo me bater…
Adriana – Não… Eu não bato em fraquinhos! (rindo)
David – Ah engraçadinha você! Mas agora a sério, se não está cansada quer fazer o quê? Ver um filme, televisão, ou simplesmente nada porque já esta farta de mim?
Adriana – Farta de ti? Bem a essa não respondo porque não quero ferir os teus sentimentos (brinca) Sei lá podemos ver um filme?
David – Por mim… Tudo bem!
Sala:
Ambos se riem à gargalhada
Adriana – Este filme é muito bom!
David – Mesmo! Muito engraçado!
Adriana – Eles vão-se apaixonar aposto! Esta comédia romântica é das melhores que já vi até hoje…
David – Só a estamos a ver há 15 minutos…
Adriana – Mesmo assim… Eu tenho olho para isto…
25 minutos depois…
Adriana – Não acredito que ele a vai deixar! Eles não podem acabar separados!
David – Ah eles ficam juntos de certeza, nos filmes é sempre assim…
Adriana – Ai, ele foi-se embora! Que triste!
Adriana agarra-se ao braço de David, mantendo um braço enroscado no dele e a sua mão disponível desliza quase que instintivamente pelo braço a baixo até se unir á dele. Apesar de ser tímido David não foge com a mão e agarra a mão dela com firmeza para ter a certeza que ela não se arrependeria e tiraria a mão.
O que tinha começado como uma noite de casais, com muitas confusões, em casa de Inês, acaba agora em casa de David.
Sem quase darem por isso e sem saberem bem como ali estavam os dois agarrados, de mãos dadas a ver um filme.
David usava o seu polegar para fazer ligeiros movimentos na mão de Adriana acariciando-a, eram como festinhas mas que provocavam a Adriana cócegas e uma sensação de nervosismo no estômago.
continua...
PS: A responsabilidade do texto é do próprio autor.
espaço "fanfic": Fanfic da Catarina R
Capitulo 6
“Nem sei o que dizer. Nunca pensei. Foi demasiado, percebo porque o fez, mas não foi a melhor solução, devia ter feito algo. Se soubesse, se a conhecesse há mais tempo não deixaria que acontecesse nada. Acredito que deva doer demasiado, vejo nos seus olhos, o sinto.”
“Acho que o faria na mesma. Antes disto tudo acontecer perguntava-me como alguém conseguia acabar com a própria vida, mas agora sei porquê. Olho para trás e gostava de voltar a ver quem eu era, mas grande parte de mim desapareceu.”
“Como era?”
“Era alegre, divertida, doida, tímida, faladora, querida. Também tenho defeitos mas esses continuam. As vezes ainda sou assim, mas é raro, é só para disfarçar.”
“Gostaria de conhecer essa Catarina.” – olhei nos olhos dele.
“Eu também gostava de voltar a vê-la.”
Continuamos a falar sobre nada de especial e durante aquele tempo não pensei em mais nada a não ser ele, apesar de sentir dor cada vez que mexia os pulsos ele fazia-me esquecer e era bom ter alguém com quem falar, alguém que não sentisse pena, apenas que falasse comigo para me sentir melhor.
“Menina, tem mais visitas. É a sua família.” – a enfermeira avisou-me.
“Não quero falar com elas, diga que estou a dormir ou assim.”
“Catarina, tem de falar com a sua família.”
“Eu sei, mas não consigo, dói muito. E vou desiludi-las.”
“Lembra o que prometi? Estarei aqui com você.” – e senti ele a apertar me levemente a mão.
Dei ordem à enfermeira para que elas entrassem.
Olhei para a porta e vi a minha irmã entrar primeiro e a minha mãe de seguida. Elas estavam em choque, eu não devia parecer nada bem, mas o choque delas podia ser mais, devido a ter a camisola do David nas minhas pernas e ele ao meu lado a segurar-me na mão.
“Catarina, como te sentes?”
“Estás bem mana?”
Apenas abanei a cabeça, a dizer que dizia que não sabia. Não conseguia falar, doía.
“Catarina, fala.” – disse o David e voltou a apertar-me a mão.
Olhei para ele e abanei a cabeça que não. Ele viu que eu parecia perturbada e olhou para a minha mãe e irmã.
“A Catarina se sente cansada, precisa de dar uma descansada, ela depois fala com vocês.”
“Ok. Pode vir lá fora para podermos falar?” – a minha mãe perguntou. Ele acenou que sim, largou-me a mão e foi para fora do quarto com a minha mãe e irmã.
para os meus pulsos e ao vê-los ligados apeteceu-me cortar as ligaduras, gritar, fazer algo para que acordasse deste pesadelo, mas sabia que não era possível porque era bem real. Olhei para eles e senti as lágrimas na minha cara, a dor mais forte que nunca, sentia o corpo dormente da dor que sentia, do vazio.
“Chorando? Não! Pare de pensar e de olhar, olhe para mim.”
Não conseguia olhar, era como se não tivesse forças. Vi uma das mãos dele a segurar na minha mão direita.
“Porque estava vestindo de verde?” – ele mudou o assunto da conversa.
“Se souberes não vais gostar.” – e olhei para ele.
“Não interessa. Quero saber.”
“Ok. A minha cor preferida é verde e quis ser do contra e ir de verde. Mas também não é esse o motivo.”
“Não é do Benfica, certo?”
“Sim.”
“Pela cor é lagarta, estou certo?”
“Certíssimo.”
“Uma lagarta na Luz e nem era contra o Sporting. Suspeito…” – e ele sorriu.
“Não quis ficar em casa, e isto fica entre nós. Sou simpatizante do Benfica…”
“E eu sou o seu jogador preferido.” – ele interrompeu-me.
“Mas como sabes?”
“A sua família me contou.”
“Nunca sabem ficar de boca calada.”
“Não faz mal. Você é a primeira que não é do Benfica e que gosta de mim que eu conheça.”
“É estranho?”
“Um pouco, eu e lagartos não combina, mas com você está combinando.”
Não evitei e sorri ligeiramente.
“Você sorriu! Estou gostando dessa Catarina.”
“É bom que aproveites porque muito raramente ela aparece.”
“Eu estou aproveitando. E desejando que ela apareça mais vezes.”
“Talvez ela apareça, mas não tem sido fácil…”
“Desculpem interromper, mas vai ter de sair, a hora da visita acabou, agora só daqui a umas horas.” – a enfermeira avisou.
“Fica bem, Catarina? Tome o meu numero se precisar de falar quando estiver sozinha. Vou tentar voltar depois.” – ele escreveu o numero no meu telemóvel.
“Fico, David. Obrigada, e não precisas de voltar se tiveres algo.”
“Não me esta convencendo com o fico, mas aceito. E eu volto sim, gostei de falar e estou preocupado com você.”
“Ok. Tu é que sabes. Adeus, David.”
“Adeus Catarina.” – e ele saiu do quarto.
continua...
PS: A responsabilidade do texto é do próprio autor.
“Nem sei o que dizer. Nunca pensei. Foi demasiado, percebo porque o fez, mas não foi a melhor solução, devia ter feito algo. Se soubesse, se a conhecesse há mais tempo não deixaria que acontecesse nada. Acredito que deva doer demasiado, vejo nos seus olhos, o sinto.”
“Acho que o faria na mesma. Antes disto tudo acontecer perguntava-me como alguém conseguia acabar com a própria vida, mas agora sei porquê. Olho para trás e gostava de voltar a ver quem eu era, mas grande parte de mim desapareceu.”
“Como era?”
“Era alegre, divertida, doida, tímida, faladora, querida. Também tenho defeitos mas esses continuam. As vezes ainda sou assim, mas é raro, é só para disfarçar.”
“Gostaria de conhecer essa Catarina.” – olhei nos olhos dele.
“Eu também gostava de voltar a vê-la.”
Continuamos a falar sobre nada de especial e durante aquele tempo não pensei em mais nada a não ser ele, apesar de sentir dor cada vez que mexia os pulsos ele fazia-me esquecer e era bom ter alguém com quem falar, alguém que não sentisse pena, apenas que falasse comigo para me sentir melhor.
“Menina, tem mais visitas. É a sua família.” – a enfermeira avisou-me.
“Não quero falar com elas, diga que estou a dormir ou assim.”
“Catarina, tem de falar com a sua família.”
“Eu sei, mas não consigo, dói muito. E vou desiludi-las.”
“Lembra o que prometi? Estarei aqui com você.” – e senti ele a apertar me levemente a mão.
Dei ordem à enfermeira para que elas entrassem.
Olhei para a porta e vi a minha irmã entrar primeiro e a minha mãe de seguida. Elas estavam em choque, eu não devia parecer nada bem, mas o choque delas podia ser mais, devido a ter a camisola do David nas minhas pernas e ele ao meu lado a segurar-me na mão.
“Catarina, como te sentes?”
“Estás bem mana?”
Apenas abanei a cabeça, a dizer que dizia que não sabia. Não conseguia falar, doía.
“Catarina, fala.” – disse o David e voltou a apertar-me a mão.
Olhei para ele e abanei a cabeça que não. Ele viu que eu parecia perturbada e olhou para a minha mãe e irmã.
“A Catarina se sente cansada, precisa de dar uma descansada, ela depois fala com vocês.”
“Ok. Pode vir lá fora para podermos falar?” – a minha mãe perguntou. Ele acenou que sim, largou-me a mão e foi para fora do quarto com a minha mãe e irmã.
para os meus pulsos e ao vê-los ligados apeteceu-me cortar as ligaduras, gritar, fazer algo para que acordasse deste pesadelo, mas sabia que não era possível porque era bem real. Olhei para eles e senti as lágrimas na minha cara, a dor mais forte que nunca, sentia o corpo dormente da dor que sentia, do vazio.
“Chorando? Não! Pare de pensar e de olhar, olhe para mim.”
Não conseguia olhar, era como se não tivesse forças. Vi uma das mãos dele a segurar na minha mão direita.
“Porque estava vestindo de verde?” – ele mudou o assunto da conversa.
“Se souberes não vais gostar.” – e olhei para ele.
“Não interessa. Quero saber.”
“Ok. A minha cor preferida é verde e quis ser do contra e ir de verde. Mas também não é esse o motivo.”
“Não é do Benfica, certo?”
“Sim.”
“Pela cor é lagarta, estou certo?”
“Certíssimo.”
“Uma lagarta na Luz e nem era contra o Sporting. Suspeito…” – e ele sorriu.
“Não quis ficar em casa, e isto fica entre nós. Sou simpatizante do Benfica…”
“E eu sou o seu jogador preferido.” – ele interrompeu-me.
“Mas como sabes?”
“A sua família me contou.”
“Nunca sabem ficar de boca calada.”
“Não faz mal. Você é a primeira que não é do Benfica e que gosta de mim que eu conheça.”
“É estranho?”
“Um pouco, eu e lagartos não combina, mas com você está combinando.”
Não evitei e sorri ligeiramente.
“Você sorriu! Estou gostando dessa Catarina.”
“É bom que aproveites porque muito raramente ela aparece.”
“Eu estou aproveitando. E desejando que ela apareça mais vezes.”
“Talvez ela apareça, mas não tem sido fácil…”
“Desculpem interromper, mas vai ter de sair, a hora da visita acabou, agora só daqui a umas horas.” – a enfermeira avisou.
“Fica bem, Catarina? Tome o meu numero se precisar de falar quando estiver sozinha. Vou tentar voltar depois.” – ele escreveu o numero no meu telemóvel.
“Fico, David. Obrigada, e não precisas de voltar se tiveres algo.”
“Não me esta convencendo com o fico, mas aceito. E eu volto sim, gostei de falar e estou preocupado com você.”
“Ok. Tu é que sabes. Adeus, David.”
“Adeus Catarina.” – e ele saiu do quarto.
continua...
PS: A responsabilidade do texto é do próprio autor.
Espaço "fanfic": Fanfic da Nii'i - Parte IV
Antes de ser publicado o sexto capitulo, fica aqui uma nota.
Decidi alterar o 2 e 3 capitulo. Não muito, apenas o David e a Bia não namoraram nem se conheciam. Fica aqui a correcçao.
Peço desculpa a todos pelo incomodo mas achei que ficaria melhor.
Quando cheguei cá fora, lá estava a Inês a esboçar um enorme sorriso, como já era normal nela. Ela fazia-me feliz. A Inês é a minha melhor amiga há muitos anos e nunca, nunca me deixou ficar mal. Diz o que tem de dizer, faz o que tem de fazer mas tudo para o meu bem pois para ela eu sou mais importante do que ela e para mim ela é mais importante que eu, por isso normalmente tratamo-nos por “irmã”.
- Olá irmã. – Disse ela começando a caminhar junto a mim para a garagem onde se encontrava a minha mota.
- Olá totó. – Respondi eu, esboçando um enorme sorriso enquanto a Inês me batia no braço em jeito de brincadeira. Abri a garagem, subi para a mota, liguei-a e parei fora da garagem enquanto a Inês fechava a garagem como era habitual.
Depois das aulas fui até ao riacho perto de minha casa, ia para lá sempre que queria pensar. Sentei-me na pequena ponte de pedra, era mesmo pequena pois eu conseguia estar com os pés dentro de água e o rio não leva assim muita.
Depois decidi ir até á praia. Eu adorava o mar, adorava a praia, adorava aquela calma que eles me transmitiam, lá sentia-me mesmo bem.
O mar estava calmo, sem vento e a praia deserta. Sentei-me na fina areia quando de repente sinto uma enorme vontade de ir nadar e assim o fiz, a minha sorte era ter biquíni por baixo. Depois de varias horas dentro de agua resolvi sair.
Vesti a minha roupa e sai da praia. Até que de repente ouço o meu telemóvel a tocar, era a Inês.
-Olá Inês – disse eu – Passa-se alguma coisa?
- Olá Bia, não é nada de mais mas acabou agora o meu treino de voleibol e vou sair agora, queria saber se querias vir aqui ao estádio ter comigo e depois íamos comer alguma coisa , que me dizes?
-Sim, dá-me 10 minutos e eu estou aí. Espero por ti em que porta? Nas traseiras ou na principal?
-Na principal, vou sair pela frente hoje.
- Ok Inês, até já então.
-Até já Irmã. – Disse ela, rindo-se de seguida.
Desliguei o telemóvel e guardei-o na carteira. Não era muito de andar com o telemóvel, só mesmo neste casos, preferia falar directamente com as pessoas.
Subi para a mota e lá me dirigi para o Estádio onde a Inês me devia esperar.
As ruas da capital não estavam com muita movimentação , apesar de ser Julho. Os estudantes deviam estar na praia e o resto das pessoas ainda deviam estar a trabalhar.
Finalmente, avistava o parque de estacionamento do estádio. Dirigi-me para lá e estacionei a mota. Quando ia a atravessar o parque de estacionamento do estádio vejo um carro a vir em marcha atrás e bateu-me e eu em desequilíbrio caí para o chão meia tonta.
O carro parou e alguém sai de lá de dentro. Era alto, tinha um casaco e o carapuço na cabeça. Foi-se aproximando e ajudou-me a levantar.
-Tu estás bem? – perguntou com uma voz meiga e delicada. Tinha um sotaque de brasileiro mas não sei se o seria de verdade, a cara estava escondida pelo carapuço assim como o cabelo.
-Sim, quer dizer mais ou menos. Isto passa-me. – Acabei eu por conseguir dizer.
-Não, precisas de ir a um médico.
Nesse mesmo instante pega no telemóvel e inicia uma chamada.
-Estou Rúben. Ainda estás aí dentro?
- …
- Ainda bem. Preciso que me faças um favor.
6ºCapitulo
Ambos sorrimos e eu saí da sala. Eu conhecia mais ou menos o estádio, de ir ver os jogos tanto de futebol como os da Inês de voleibol. Por falar na Inês, ela deve estar á minha espera á muito tempo e ela detesta esperar, mas, eu tinha de ir a correr para o relvado senão já não apanhava o David e tinha de lhe agradecer por tudo o que fez por mim. Eram só mais 5 minutos, a Inês não se devia importar muito.
Assim sendo, dirigi-me para a porta de saída do relvado e fiquei mesmo desiludida quando lá cheguei, porque já não estava lá ninguém, nem um único ser lá estava.
Quando me ia a virar para vir embora senti uma mão nas minhas costas, era uma mão grande mas suave. Assustei-me e dei um salto.
- Não precisas de te assustar. – disse uma voz, era ele, eu tinha a certeza que era ele. Virei-me e ficamos frente a frente, era mesmo ele.
- Não me assustei, apenas não estava a espera que aparecesses assim de repente.
- Não estavas á minha espera?
- Eu?
- Sim, tu.
- Não, quer dizer sim, quer dizer mais ou menos.
- Em que ficamos? – Disse ele esboçando um largo sorriso.
- Só te queria agradecer por me teres ajudado.
- Agradecer?
- Sim.
- Mas fui eu quem te magoou, não terias ficado mal se eu não te tivesse batido com o carro.
- Isso foi um acidente e como podes ver eu estou bem. – Disse eu, enquanto dava uma volta. Rimo-nos em conjunto.
- Mas não me chegas-te a dizer o que vinhas fazer aqui ao estádio.
- Vinha ter com a minha melhor amiga, a Inês, ela joga voleibol e teve treino, que por falar nisso já acabou á muito tempo e ela já se deve estar a passar de estar a tanto tempo a espera.
- Pois, eu também tenho o Rúben a minha espera.
-Bem, assim sendo, Obrigada e até um dia.
-Sim, depois combina-mos um café ou assim.
- Depois vemos isso. Adeus.
-Adeus.
Antes de cada um ir para seu lado, ainda nos olhamos directamente, um olhar forte e sincero.
Corri para ir ter com a Inês, quando lá cheguei ela estava com uma cara que metia medo ao susto.
- Olá Irmã. – Disse eu sorrindo para ver se ela me desculpava.
- Olá. Bia, eu estou á quase duas horas á tua espera, duas horas, sabes o que é isso?
-Eu sei e peço imensa desculpa.
- Só desculpo se me pagares o jantar.
- Combinado. – Rimo-nos as duas.
- Então vamos embora que estou cheia de fome. Ainda sabes onde tens a mota?
- Claro que sei Inês.
- Nunca se sabe. – Disse ela rindo-se, como era habitual nela.
Dirigimo-nos em direcção á mota. O carro do David ainda lá estava, o que significava que ele ainda não tinha ido embora.
Subimos para a mota, colocamos os capacetes e eu pôs a mota a trabalhar.
Quando ir a passar pela porta do estádio, tive de parar pois estava uma fila enorme. Nesse momento sai o David e o Rúben de dentro do estádio e a Inês, diz-me baixinho ao ouvido:
- Irmã, olha ali o David Luiz, o teu ídolo.
Eu não lhe respondi e nem sequer olhei para o local onde eles estavam.
Até que de repente vejo eles já quase ao meu lado. Nesse momento só desejava que a fila andasse, mas ela não andou.
- Achas que estás em condições de conduzir? – Disse o David. Eu fiquei mais vermelha que um tomate.
- Sim, estou. Eu já estou bem obrigada.
- E se tens um acidente?
- Outro? Isso também já era muito azar. - Disse eu rindo-me.
- Não brinques com coisas sérias Inês.
- Eu não estou a brincar. A sério que estou bem, não te preocupes e eu tenho de ir que a fila já andou e eu estou com pressa. Mais uma vez, obrigada.
- Tem cuidado contigo, adeus.
- Adeus.
Ambos ainda olhamos para trás e sorrimos.
Foi bom tê-lo conhecido, mas já tinha acabado. Não podia durar mais, eu e o David nunca poderíamos ser amigos. Ele era famoso e eu não passava de uma rapariga normal.
Porém, ele não me saia da cabeça, era algo forte que não conseguia controlar.
- Bia ? Bia?
- Ah, desculpa Inês, estava distraída.
- Pois eu até posso imaginar em que estavas a pensar. – disse a Inês rindo-se em seguida.
- Não comeces.
- Eu não, só quero que me expliques o que se passou para o David, sim, o DAVID LUIZ , vir falar contigo.
- Não se passou nada de mais.
- Achas que eu sou burra? Bem, até posso ser mas para isto não.
- Ok, ok Inês, eu conto-te mas só depois de chegar-mos a minha casa.
- A tua casa?
-Sim, porque?
- Porque vais-me pagar o jantar ou já te esqueces-te?
- Não, não me esqueci. Eu vou-te pagar o jantar mas vamos jantar em minha casa. -disse eu esboçando um largo sorriso em seguida.
A Inês disse qualquer coisa depois, mas sinceramente nem percebi, pois voltei a pensar nele, eu não podia pensar nele, estava completamente proibido isso acontecer.
Finalmente chegamos a minha casa. Como eu já sabia não tinha lá ninguém.
Subi até ao quarto e a Inês seguiu-me. Deitei-me em cima da cama e a Inês sentou-se aos meus pés.
- Podes começar. – disse ela com o seu sorriso maravilhoso.
- Começar com o quê? – perguntei eu , fazendo-me de desentendida. Eu sabia o que ela queria, queria saber o que se tinha passado de tarde mas eu, por um lado queria lhe contar mas por outro não, pois ao contar-lhe estava a dar demasiada importância ao que aconteceu. Não é que não tivesse essa importância, porque teve, mas eu tinha de esquecer o que se passou, em especial esquecer que tinha conhecido o David.
- Oh, não te faças de desentendida, sabes bem o que quero saber.
- Não Inês, asserio que não sei.
- Quero saber o que se passou esta tarde.
- Esta tarde? Bem, enquanto foste para o treino, eu fui até á praia e depois fui ter contigo.
- Não te faças de engraçadinha Bia, o que se passou com o David?
- Ah isso.
- Sim, isso. Anda lá Bia estou a morrer de curiosidade.
- Não foi nada de mais. Quando ia ter contigo ele veio com o carro para trás e quase me atropelou, depois ajudou-me e levou-me ao médico do Benfica e depois eu agradeci-lhe. Como vês nada de muito empolgante.
- Posso fazer-te uma pergunta Irmã?
- Claro que podes.
- Tu não sentiste mesmo nada?
- Como assim?
- Tipo, não sentiste nada de especial?
- Tirando a parte de estar perante o DAVID LUIZ jogador, não, nada de mais. Mas porque essa pergunta?
- É que eu já me tinha cruzado com ele algumas vezes e fiquei interessada nele e consegui o número dele. E hoje ia-te perguntar se não te importavas que eu começasse a falar com ele, mas como se passou isto hoje tinha medo que também tivesses ficado interessada.
- Não, podes estar á vontade Inês. – Era claro que eu tinha sentido algo, não o poderia negar, mas também não o poderia dizer á Inês, se ela estava interessada e se isso a fazia feliz eu teria de me habituar á ideia, mas ele, ele não me saia da cabeça. Aquele sorriso, aqueles cabelos e aquele olhar não me saiam da cabeça.
-Ainda bem Irmã, eu não ia fazer nada que interferisse na nossa amizade.
Ambas sorrimos.
Continua...
PS: A responsabilidade do texto é do próprio autor.
Decidi alterar o 2 e 3 capitulo. Não muito, apenas o David e a Bia não namoraram nem se conheciam. Fica aqui a correcçao.
Peço desculpa a todos pelo incomodo mas achei que ficaria melhor.
Quando cheguei cá fora, lá estava a Inês a esboçar um enorme sorriso, como já era normal nela. Ela fazia-me feliz. A Inês é a minha melhor amiga há muitos anos e nunca, nunca me deixou ficar mal. Diz o que tem de dizer, faz o que tem de fazer mas tudo para o meu bem pois para ela eu sou mais importante do que ela e para mim ela é mais importante que eu, por isso normalmente tratamo-nos por “irmã”.
- Olá irmã. – Disse ela começando a caminhar junto a mim para a garagem onde se encontrava a minha mota.
- Olá totó. – Respondi eu, esboçando um enorme sorriso enquanto a Inês me batia no braço em jeito de brincadeira. Abri a garagem, subi para a mota, liguei-a e parei fora da garagem enquanto a Inês fechava a garagem como era habitual.
Depois das aulas fui até ao riacho perto de minha casa, ia para lá sempre que queria pensar. Sentei-me na pequena ponte de pedra, era mesmo pequena pois eu conseguia estar com os pés dentro de água e o rio não leva assim muita.
Depois decidi ir até á praia. Eu adorava o mar, adorava a praia, adorava aquela calma que eles me transmitiam, lá sentia-me mesmo bem.
O mar estava calmo, sem vento e a praia deserta. Sentei-me na fina areia quando de repente sinto uma enorme vontade de ir nadar e assim o fiz, a minha sorte era ter biquíni por baixo. Depois de varias horas dentro de agua resolvi sair.
Vesti a minha roupa e sai da praia. Até que de repente ouço o meu telemóvel a tocar, era a Inês.
-Olá Inês – disse eu – Passa-se alguma coisa?
- Olá Bia, não é nada de mais mas acabou agora o meu treino de voleibol e vou sair agora, queria saber se querias vir aqui ao estádio ter comigo e depois íamos comer alguma coisa , que me dizes?
-Sim, dá-me 10 minutos e eu estou aí. Espero por ti em que porta? Nas traseiras ou na principal?
-Na principal, vou sair pela frente hoje.
- Ok Inês, até já então.
-Até já Irmã. – Disse ela, rindo-se de seguida.
Desliguei o telemóvel e guardei-o na carteira. Não era muito de andar com o telemóvel, só mesmo neste casos, preferia falar directamente com as pessoas.
Subi para a mota e lá me dirigi para o Estádio onde a Inês me devia esperar.
As ruas da capital não estavam com muita movimentação , apesar de ser Julho. Os estudantes deviam estar na praia e o resto das pessoas ainda deviam estar a trabalhar.
Finalmente, avistava o parque de estacionamento do estádio. Dirigi-me para lá e estacionei a mota. Quando ia a atravessar o parque de estacionamento do estádio vejo um carro a vir em marcha atrás e bateu-me e eu em desequilíbrio caí para o chão meia tonta.
O carro parou e alguém sai de lá de dentro. Era alto, tinha um casaco e o carapuço na cabeça. Foi-se aproximando e ajudou-me a levantar.
-Tu estás bem? – perguntou com uma voz meiga e delicada. Tinha um sotaque de brasileiro mas não sei se o seria de verdade, a cara estava escondida pelo carapuço assim como o cabelo.
-Sim, quer dizer mais ou menos. Isto passa-me. – Acabei eu por conseguir dizer.
-Não, precisas de ir a um médico.
Nesse mesmo instante pega no telemóvel e inicia uma chamada.
-Estou Rúben. Ainda estás aí dentro?
- …
- Ainda bem. Preciso que me faças um favor.
6ºCapitulo
Ambos sorrimos e eu saí da sala. Eu conhecia mais ou menos o estádio, de ir ver os jogos tanto de futebol como os da Inês de voleibol. Por falar na Inês, ela deve estar á minha espera á muito tempo e ela detesta esperar, mas, eu tinha de ir a correr para o relvado senão já não apanhava o David e tinha de lhe agradecer por tudo o que fez por mim. Eram só mais 5 minutos, a Inês não se devia importar muito.
Assim sendo, dirigi-me para a porta de saída do relvado e fiquei mesmo desiludida quando lá cheguei, porque já não estava lá ninguém, nem um único ser lá estava.
Quando me ia a virar para vir embora senti uma mão nas minhas costas, era uma mão grande mas suave. Assustei-me e dei um salto.
- Não precisas de te assustar. – disse uma voz, era ele, eu tinha a certeza que era ele. Virei-me e ficamos frente a frente, era mesmo ele.
- Não me assustei, apenas não estava a espera que aparecesses assim de repente.
- Não estavas á minha espera?
- Eu?
- Sim, tu.
- Não, quer dizer sim, quer dizer mais ou menos.
- Em que ficamos? – Disse ele esboçando um largo sorriso.
- Só te queria agradecer por me teres ajudado.
- Agradecer?
- Sim.
- Mas fui eu quem te magoou, não terias ficado mal se eu não te tivesse batido com o carro.
- Isso foi um acidente e como podes ver eu estou bem. – Disse eu, enquanto dava uma volta. Rimo-nos em conjunto.
- Mas não me chegas-te a dizer o que vinhas fazer aqui ao estádio.
- Vinha ter com a minha melhor amiga, a Inês, ela joga voleibol e teve treino, que por falar nisso já acabou á muito tempo e ela já se deve estar a passar de estar a tanto tempo a espera.
- Pois, eu também tenho o Rúben a minha espera.
-Bem, assim sendo, Obrigada e até um dia.
-Sim, depois combina-mos um café ou assim.
- Depois vemos isso. Adeus.
-Adeus.
Antes de cada um ir para seu lado, ainda nos olhamos directamente, um olhar forte e sincero.
Corri para ir ter com a Inês, quando lá cheguei ela estava com uma cara que metia medo ao susto.
- Olá Irmã. – Disse eu sorrindo para ver se ela me desculpava.
- Olá. Bia, eu estou á quase duas horas á tua espera, duas horas, sabes o que é isso?
-Eu sei e peço imensa desculpa.
- Só desculpo se me pagares o jantar.
- Combinado. – Rimo-nos as duas.
- Então vamos embora que estou cheia de fome. Ainda sabes onde tens a mota?
- Claro que sei Inês.
- Nunca se sabe. – Disse ela rindo-se, como era habitual nela.
Dirigimo-nos em direcção á mota. O carro do David ainda lá estava, o que significava que ele ainda não tinha ido embora.
Subimos para a mota, colocamos os capacetes e eu pôs a mota a trabalhar.
Quando ir a passar pela porta do estádio, tive de parar pois estava uma fila enorme. Nesse momento sai o David e o Rúben de dentro do estádio e a Inês, diz-me baixinho ao ouvido:
- Irmã, olha ali o David Luiz, o teu ídolo.
Eu não lhe respondi e nem sequer olhei para o local onde eles estavam.
Até que de repente vejo eles já quase ao meu lado. Nesse momento só desejava que a fila andasse, mas ela não andou.
- Achas que estás em condições de conduzir? – Disse o David. Eu fiquei mais vermelha que um tomate.
- Sim, estou. Eu já estou bem obrigada.
- E se tens um acidente?
- Outro? Isso também já era muito azar. - Disse eu rindo-me.
- Não brinques com coisas sérias Inês.
- Eu não estou a brincar. A sério que estou bem, não te preocupes e eu tenho de ir que a fila já andou e eu estou com pressa. Mais uma vez, obrigada.
- Tem cuidado contigo, adeus.
- Adeus.
Ambos ainda olhamos para trás e sorrimos.
Foi bom tê-lo conhecido, mas já tinha acabado. Não podia durar mais, eu e o David nunca poderíamos ser amigos. Ele era famoso e eu não passava de uma rapariga normal.
Porém, ele não me saia da cabeça, era algo forte que não conseguia controlar.
- Bia ? Bia?
- Ah, desculpa Inês, estava distraída.
- Pois eu até posso imaginar em que estavas a pensar. – disse a Inês rindo-se em seguida.
- Não comeces.
- Eu não, só quero que me expliques o que se passou para o David, sim, o DAVID LUIZ , vir falar contigo.
- Não se passou nada de mais.
- Achas que eu sou burra? Bem, até posso ser mas para isto não.
- Ok, ok Inês, eu conto-te mas só depois de chegar-mos a minha casa.
- A tua casa?
-Sim, porque?
- Porque vais-me pagar o jantar ou já te esqueces-te?
- Não, não me esqueci. Eu vou-te pagar o jantar mas vamos jantar em minha casa. -disse eu esboçando um largo sorriso em seguida.
A Inês disse qualquer coisa depois, mas sinceramente nem percebi, pois voltei a pensar nele, eu não podia pensar nele, estava completamente proibido isso acontecer.
Finalmente chegamos a minha casa. Como eu já sabia não tinha lá ninguém.
Subi até ao quarto e a Inês seguiu-me. Deitei-me em cima da cama e a Inês sentou-se aos meus pés.
- Podes começar. – disse ela com o seu sorriso maravilhoso.
- Começar com o quê? – perguntei eu , fazendo-me de desentendida. Eu sabia o que ela queria, queria saber o que se tinha passado de tarde mas eu, por um lado queria lhe contar mas por outro não, pois ao contar-lhe estava a dar demasiada importância ao que aconteceu. Não é que não tivesse essa importância, porque teve, mas eu tinha de esquecer o que se passou, em especial esquecer que tinha conhecido o David.
- Oh, não te faças de desentendida, sabes bem o que quero saber.
- Não Inês, asserio que não sei.
- Quero saber o que se passou esta tarde.
- Esta tarde? Bem, enquanto foste para o treino, eu fui até á praia e depois fui ter contigo.
- Não te faças de engraçadinha Bia, o que se passou com o David?
- Ah isso.
- Sim, isso. Anda lá Bia estou a morrer de curiosidade.
- Não foi nada de mais. Quando ia ter contigo ele veio com o carro para trás e quase me atropelou, depois ajudou-me e levou-me ao médico do Benfica e depois eu agradeci-lhe. Como vês nada de muito empolgante.
- Posso fazer-te uma pergunta Irmã?
- Claro que podes.
- Tu não sentiste mesmo nada?
- Como assim?
- Tipo, não sentiste nada de especial?
- Tirando a parte de estar perante o DAVID LUIZ jogador, não, nada de mais. Mas porque essa pergunta?
- É que eu já me tinha cruzado com ele algumas vezes e fiquei interessada nele e consegui o número dele. E hoje ia-te perguntar se não te importavas que eu começasse a falar com ele, mas como se passou isto hoje tinha medo que também tivesses ficado interessada.
- Não, podes estar á vontade Inês. – Era claro que eu tinha sentido algo, não o poderia negar, mas também não o poderia dizer á Inês, se ela estava interessada e se isso a fazia feliz eu teria de me habituar á ideia, mas ele, ele não me saia da cabeça. Aquele sorriso, aqueles cabelos e aquele olhar não me saiam da cabeça.
-Ainda bem Irmã, eu não ia fazer nada que interferisse na nossa amizade.
Ambas sorrimos.
Continua...
PS: A responsabilidade do texto é do próprio autor.
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