terça-feira, 3 de março de 2009
Fotos:Nova Actualização de Fotos IV
Estoril Praia vs Benfica. Pré-época 08/09: http://david-luiz-fans.blogspot.com/2008/08/fotos-estoril-praia-vs-benfica-pr-poca.html
Notícias 08/09: David Luiz evoluiu fisicamente [como tantos outros atletas] graças ao LORD (Vencedor do Galardão Cosme Damião para a Inovação)
Produtos de laboratório
A ciência ao serviço do futebol benfiquista.
Objectivo de ultrapassar a eficácia do 'Milanlab'.
O papel decisivo de Rui Costa.
Os resultados que começam a aparecer.
Nunca uma sigla terá feito tanto sentido na estrutura benfiquista. Afinal, o LORD tem algo de nobre, o objectivo de tentar fazer do clube uma referência numa área com pouco investimento em Portugal: a ciência ao serviço de uma equipa de futebol. O reconhecimento começa a ser feito aos poucos: o Laboratório de Optimização do Rendimento Desportivo venceu o prémio inovação na gala comemorativa do 105.º aniversário do emblema fundado ao lado da farmácia Franco.
Mas a grande recompensa é outra. «Criar uma estrutura que permita ao Benfica ter mais hipóteses de ganhar», diz Bruno Mendes, um dos cinco elementos de um departamento acabado de sair de uma fase embrionária. «O projecto existe há quatro anos, mas o laboratório apenas há um ano», ou não tivesse coincidido com a entrada de Rui Costa: «Foi a partir da sua chegada que foi feito o maior investimento. Ele sabe da importância de uma área como esta, pois esteve num clube como o Milan, que possui o famoso Milanlab.»
E o que é o Milanlab? Um conjunto de valências, criado em 2000 pela direcção rossonera, de carácter científico, permitindo, por exemplo, que Maldini jogue aos 40 anos, Inzaghi marque golos aos 35 e Seedorf mover-se no meio-campo como se tivesse 22 anos e não 32. A procura da longevidade é um dos objectivos do LORD — veja-se o caso de Nuno Gomes, que aos 32 anos se prepara para renovar contrato por mais duas épocas — mas não é o único. A prevenção de lesões, a recuperação rápida das mesmas e um trabalho de sapa em consonância com a equipa técnica, seja na captação de imagens de todos os treinos ou o visionamento dos jogos dos adversários. «Estamos situados entre a equipa técnica e o departamento médico. Existe uma comunicação muito boa», garante Bruno Mendes.
Os primeiros sinais
Este é um trabalho que só terá resultados a médio e longo prazo (o mesmo rigor científico também é exercido na formação), mas já surgem os primeiros sinais e retratos de uma nova realidade. «Di María ganhou oito quilos desde que chegou ao Benfica. Vinha de uma lesão, tinha pouco poder de choque, mas hoje já está melhor. O mesmo se passa com David Luiz, que ganhou 10 quilos num ano e meio», lembra o elemento mais visível do LORD (Bruno Mendes também participa na recuperação dos jogadores, durante os treinos da equipa principal), exibindo com orgulho outro dado de enorme relevância: segundo a UEFA, o Benfica é o clube com menos lesões da Europa. «Melhorámos 64 por cento relativamente ao último semestre», junta. As recentes lesões de Rúben Amorim e Carlos Martins não vão alterar a estatística.
As dificuldades de adaptação
A paciência dos jogadores é um factor a ter em conta: todas as semanas são submetidos a análises sanguíneas, algo que o Barcelona tenta fazer... mas não consegue. Mas foi difícil a assimilação de novos hábitos. O trabalho de musculação aumentou e a exigência física também. Este foi o principal motivo para que no Benfica-FC Porto (1-1) de 30 de Agosto ter-se visto um conjunto de jogadores em grandes dificuldades. «Como tudo na vida, a adaptação é sempre difícil de início. Mas tudo mudou para melhor, basta olhar ver a evolução de Pablo Aimar e a capacidade física que evidenciou no último jogo [com o Leixões]», recorda Bruno Mendes.
«Este é um ano zero. Mas daqui a três ou quatro anos queremos ser uma referência científica em termos europeus e ultrapassar a eficácia do Milanlab», é a máxima que se ouve entre a Luz e o Seixal. Os títulos também se conquistam assim.
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O 'big brother' do Estádio da Luz
'Datatrax' é o programa de análise em tempo real dos jogos; oito câmaras a filmar tudo.
A imagem é recorrente: na bancada de Imprensa do Estádio da Luz, elementos do LORD sentam-se à frente de um computador. Objectivo: processamento, através do programa informático Datatrax, adquirido pela SAD, de todos os dados relevantes do jogo e a performance individual dos jogadores: os quilómetros percorridos, os passes certos, errados, remates, cortes, movimentos bem feitos, mal feitos. A informação é enviada por oito câmeras instaladas no topo do estádio, mais duas que filmam cada metade do relvado. Ao lado, o adjunto Fran Escribá. O fiel escudeiro de Quique Flores tira apontamentos e ao intervalo leva parte da informação do Datatrax, para a discutir com Quique Flores. Coincidência, ou talvez não, a segunda parte é o período mais eficaz da equipa: em 10 jogos na Liga realizados esta época na Luz, as águias marcaram dois golos no primeiro tempo e... 13 na etapa complementar.
«Dois dias depois do jogo é entregue um relatório à equipa técnica sobre todos os elementos de estudo», refere Bruno Mendes, recordando que todos os treinos também são filmados e posteriormente colocados numa base de dados.
Esta é uma das partes invisíveis do trabalho que se faz na Luz e no Seixal, mas há técnicas que estão em segredo, principalmente aquelas que têm a ver com a vertente mais laboratorial, tal como acontece com o Milanlab: «Há coisas que não divulgamos porque são mais-valias para nós. Porque a eficácia do LORD pode ser um chamariz para muitos jogadores quererem vir para o Benfica.»
Antes e depois
Primeiro caso flagrante
Di María chegou ao clube em Agosto de 2007 com pouquíssimo poder de choque. Ao longo de dois anos foi sendo submetido a um trabalho de musculação, pesando hoje mais oito quilos. Ainda não apresenta as condições ideais, mas aos poucos caminha para lá, ainda que no seu caso se deva ter em conta que não fez pré-época e um trabalho demasiado intenso de pesos pode prejudicar a sua 'performance' desportiva. O argentino marcou um golo em 2007/08, esta época já fez três.
Segundo caso flagrante
Em ano e meio, David Luiz ganhou 10 quilos, na maioria massa muscular e pouca massa gorda. O defesa brasileiro, recorde-se, esteve cerca de nove meses sem competir e, desde Novembro, aos poucos, tem vindo a procurar a melhor forma. Quique Flores proferiu recentemente um grande elogio ao internacional sub-20 brasileiro depois de uma péssima exibição no 'derby' de Alvalade: «David é um portento. Fisicamente é muito parecido com Maldini.».
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Laboratório de Optimização do Rendimento Desportivo
O que faz?
- Análises semanais ao sangue
- Testes físicos de dois em dois meses e análises específicas ao sangue, através da tradicional 'picada no dedo'
- Filmagem dos treinos
- Filmagem dos jogos
- Filmagem dos jogos dos adversários
- Fortalecimento muscular dos atletas, numa análise caso a caso, em coordenação com a equipa técnica e departamento médico
- Permitir o maior tempo disponível de utilização dos jogadores por parte da equipa técnica
Como é feito o trabalho?
- Análise das recolhas sanguíneas, no laboratório do Caixa Futebol Campus, e posterior relatório com objectivo de adaptar o regime de treino dos atletas
- Relatórios das filmagens de cada treino, para correcção de posturas nos exercícios físicos e aperfeiçoamento dos exercícios técnico-tácticos
- Relatórios dos dados recolhidos dos jogos sobre vários aspectos: quilómetros percorridos pelos jogadores, passes certos, errados, cortes, movimentos tácticos correctos ou incorrectos
- Trabalho muscular de prevenção para jogadores de grande poderio físico
- Trabalho de fortalecimento muscular para jogadores menos resistentes ao choque
- Trabalho de fortalecimento muscular dos jogadores da formação
Quais os resultados imediatos?
- Segundo o relatório da UEFA, publicado em Janeiro, o Benfica é a equipa com menos lesões da Europa
- Suazo recuperou de uma rotura muscular em 18 dias, quando o tempo normal de recuperação ronda as quatro a cinco semanas
- Di María ganhou oito quilos em dois anos e David Luiz mais 10 quilos num ano e meio
Quais os objectivos a médio prazo?
- Permitir a longevidade dos jogadores, à semelhança do que acontece no AC Milan
- Ter uma base de dados extensa sobre todos os jogadores
- Possibilitar que os jogadores da formação tenham capacidade física para se adaptarem melhor à exigência sénior
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A Bola 3 de Março de 09
A ciência ao serviço do futebol benfiquista.
Objectivo de ultrapassar a eficácia do 'Milanlab'.
O papel decisivo de Rui Costa.
Os resultados que começam a aparecer.
Nunca uma sigla terá feito tanto sentido na estrutura benfiquista. Afinal, o LORD tem algo de nobre, o objectivo de tentar fazer do clube uma referência numa área com pouco investimento em Portugal: a ciência ao serviço de uma equipa de futebol. O reconhecimento começa a ser feito aos poucos: o Laboratório de Optimização do Rendimento Desportivo venceu o prémio inovação na gala comemorativa do 105.º aniversário do emblema fundado ao lado da farmácia Franco.
Mas a grande recompensa é outra. «Criar uma estrutura que permita ao Benfica ter mais hipóteses de ganhar», diz Bruno Mendes, um dos cinco elementos de um departamento acabado de sair de uma fase embrionária. «O projecto existe há quatro anos, mas o laboratório apenas há um ano», ou não tivesse coincidido com a entrada de Rui Costa: «Foi a partir da sua chegada que foi feito o maior investimento. Ele sabe da importância de uma área como esta, pois esteve num clube como o Milan, que possui o famoso Milanlab.»
E o que é o Milanlab? Um conjunto de valências, criado em 2000 pela direcção rossonera, de carácter científico, permitindo, por exemplo, que Maldini jogue aos 40 anos, Inzaghi marque golos aos 35 e Seedorf mover-se no meio-campo como se tivesse 22 anos e não 32. A procura da longevidade é um dos objectivos do LORD — veja-se o caso de Nuno Gomes, que aos 32 anos se prepara para renovar contrato por mais duas épocas — mas não é o único. A prevenção de lesões, a recuperação rápida das mesmas e um trabalho de sapa em consonância com a equipa técnica, seja na captação de imagens de todos os treinos ou o visionamento dos jogos dos adversários. «Estamos situados entre a equipa técnica e o departamento médico. Existe uma comunicação muito boa», garante Bruno Mendes.
Os primeiros sinais
Este é um trabalho que só terá resultados a médio e longo prazo (o mesmo rigor científico também é exercido na formação), mas já surgem os primeiros sinais e retratos de uma nova realidade. «Di María ganhou oito quilos desde que chegou ao Benfica. Vinha de uma lesão, tinha pouco poder de choque, mas hoje já está melhor. O mesmo se passa com David Luiz, que ganhou 10 quilos num ano e meio», lembra o elemento mais visível do LORD (Bruno Mendes também participa na recuperação dos jogadores, durante os treinos da equipa principal), exibindo com orgulho outro dado de enorme relevância: segundo a UEFA, o Benfica é o clube com menos lesões da Europa. «Melhorámos 64 por cento relativamente ao último semestre», junta. As recentes lesões de Rúben Amorim e Carlos Martins não vão alterar a estatística.
As dificuldades de adaptação
A paciência dos jogadores é um factor a ter em conta: todas as semanas são submetidos a análises sanguíneas, algo que o Barcelona tenta fazer... mas não consegue. Mas foi difícil a assimilação de novos hábitos. O trabalho de musculação aumentou e a exigência física também. Este foi o principal motivo para que no Benfica-FC Porto (1-1) de 30 de Agosto ter-se visto um conjunto de jogadores em grandes dificuldades. «Como tudo na vida, a adaptação é sempre difícil de início. Mas tudo mudou para melhor, basta olhar ver a evolução de Pablo Aimar e a capacidade física que evidenciou no último jogo [com o Leixões]», recorda Bruno Mendes.
«Este é um ano zero. Mas daqui a três ou quatro anos queremos ser uma referência científica em termos europeus e ultrapassar a eficácia do Milanlab», é a máxima que se ouve entre a Luz e o Seixal. Os títulos também se conquistam assim.
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O 'big brother' do Estádio da Luz
'Datatrax' é o programa de análise em tempo real dos jogos; oito câmaras a filmar tudo.
A imagem é recorrente: na bancada de Imprensa do Estádio da Luz, elementos do LORD sentam-se à frente de um computador. Objectivo: processamento, através do programa informático Datatrax, adquirido pela SAD, de todos os dados relevantes do jogo e a performance individual dos jogadores: os quilómetros percorridos, os passes certos, errados, remates, cortes, movimentos bem feitos, mal feitos. A informação é enviada por oito câmeras instaladas no topo do estádio, mais duas que filmam cada metade do relvado. Ao lado, o adjunto Fran Escribá. O fiel escudeiro de Quique Flores tira apontamentos e ao intervalo leva parte da informação do Datatrax, para a discutir com Quique Flores. Coincidência, ou talvez não, a segunda parte é o período mais eficaz da equipa: em 10 jogos na Liga realizados esta época na Luz, as águias marcaram dois golos no primeiro tempo e... 13 na etapa complementar.
«Dois dias depois do jogo é entregue um relatório à equipa técnica sobre todos os elementos de estudo», refere Bruno Mendes, recordando que todos os treinos também são filmados e posteriormente colocados numa base de dados.
Esta é uma das partes invisíveis do trabalho que se faz na Luz e no Seixal, mas há técnicas que estão em segredo, principalmente aquelas que têm a ver com a vertente mais laboratorial, tal como acontece com o Milanlab: «Há coisas que não divulgamos porque são mais-valias para nós. Porque a eficácia do LORD pode ser um chamariz para muitos jogadores quererem vir para o Benfica.»
Antes e depois
Primeiro caso flagrante
Di María chegou ao clube em Agosto de 2007 com pouquíssimo poder de choque. Ao longo de dois anos foi sendo submetido a um trabalho de musculação, pesando hoje mais oito quilos. Ainda não apresenta as condições ideais, mas aos poucos caminha para lá, ainda que no seu caso se deva ter em conta que não fez pré-época e um trabalho demasiado intenso de pesos pode prejudicar a sua 'performance' desportiva. O argentino marcou um golo em 2007/08, esta época já fez três.
Segundo caso flagrante
Em ano e meio, David Luiz ganhou 10 quilos, na maioria massa muscular e pouca massa gorda. O defesa brasileiro, recorde-se, esteve cerca de nove meses sem competir e, desde Novembro, aos poucos, tem vindo a procurar a melhor forma. Quique Flores proferiu recentemente um grande elogio ao internacional sub-20 brasileiro depois de uma péssima exibição no 'derby' de Alvalade: «David é um portento. Fisicamente é muito parecido com Maldini.».
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Laboratório de Optimização do Rendimento Desportivo
O que faz?
- Análises semanais ao sangue
- Testes físicos de dois em dois meses e análises específicas ao sangue, através da tradicional 'picada no dedo'
- Filmagem dos treinos
- Filmagem dos jogos
- Filmagem dos jogos dos adversários
- Fortalecimento muscular dos atletas, numa análise caso a caso, em coordenação com a equipa técnica e departamento médico
- Permitir o maior tempo disponível de utilização dos jogadores por parte da equipa técnica
Como é feito o trabalho?
- Análise das recolhas sanguíneas, no laboratório do Caixa Futebol Campus, e posterior relatório com objectivo de adaptar o regime de treino dos atletas
- Relatórios das filmagens de cada treino, para correcção de posturas nos exercícios físicos e aperfeiçoamento dos exercícios técnico-tácticos
- Relatórios dos dados recolhidos dos jogos sobre vários aspectos: quilómetros percorridos pelos jogadores, passes certos, errados, cortes, movimentos tácticos correctos ou incorrectos
- Trabalho muscular de prevenção para jogadores de grande poderio físico
- Trabalho de fortalecimento muscular para jogadores menos resistentes ao choque
- Trabalho de fortalecimento muscular dos jogadores da formação
Quais os resultados imediatos?
- Segundo o relatório da UEFA, publicado em Janeiro, o Benfica é a equipa com menos lesões da Europa
- Suazo recuperou de uma rotura muscular em 18 dias, quando o tempo normal de recuperação ronda as quatro a cinco semanas
- Di María ganhou oito quilos em dois anos e David Luiz mais 10 quilos num ano e meio
Quais os objectivos a médio prazo?
- Permitir a longevidade dos jogadores, à semelhança do que acontece no AC Milan
- Ter uma base de dados extensa sobre todos os jogadores
- Possibilitar que os jogadores da formação tenham capacidade física para se adaptarem melhor à exigência sénior
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A Bola 3 de Março de 09
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