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Infelicidade em três actos
David Luiz esteve em todos os golos sofridos pelo Benfica no campeonato.
'Penalty' logo a abrir, com o Marítimo, autogolo a fechar, em Leiria.
Boas exibições e alguma falta de sorte.
A segurança defensiva tem sido um dos estandartes do Benfica de Jorge Jesus, que apenas sofreu três golos em cinco jornadas de campeonato, somente mais um que o melhor sector recuado, o do Rio Ave, e em igualdade com U. Leiria e Sp. Braga, que é líder. FC Porto e Sporting já sofreram mais que os encarnados.
Mas, ainda assim, três golos é praticamente metade daquilo que Jesus queria sofrer: sete golos, eis a meta que o técnico não queria ultrapassar. Mas se a segurança defensiva se tem feito pelo conjunto do sector, reforçado ainda pela ajuda decisiva de Javi Garcia, a verdade é que a valia individual dos atletas escolhidos pelo treinador também muito contribui para o efeito.
Sem Maxi Pereira, apenas recuperado para o último desafio, em Leiria, Rúben Amorim deu muito boa conta do recado; Luisão tem efectuado excelente início de época; com Shaffer ou Peixoto, a lateral-esquerda não tem sido problema; finalmente, David Luiz, na esquerda ou a central, onde mais gosta de actuar, é, provavelmente, o mais talentoso de entre todos.
A esse talento, amplamente reconhecido, tem, no entanto, de acrescentar-se alguma infelicidade. Primeiro, na jornada inaugural, diante do Marítimo, quando viu a bola embater-lhe com violência nos braços e a equipa castigada com uma grande-penalidade, apontada por Alonso. Depois, frente ao Vitória de Setúbal, e aqui sim, com maior responsabilidade, pois viu-se surpreendido pela velocidade de Hélder Barbosa, que se antecipou quando o central pensava ter tempo para afastar a bola que saltitava à porta da grande área. Por fim, em Leiria, um autogolo, quando tentava impedir um livre bem apontado por Silas de levar perigo à baliza de Quim.
As boas exibições de David Luiz têm sido importantes para a segurança defensiva evidenciada pelos encarnados, mas também no plano ofensivo tem aparecido a rematar perigosamente, ele que gosta de subir no terreno, mesmo quando não é lateral-esquerdo.
Não obstante, transporta o fardo, ainda que com muita infelicidade pelo meio, dadas as carcaterísticas dos lances, de ter estado nos três golos sofridos pelos encarnados no campeonato.
A Bola 24 de Setembro de 09