Lição de como jogar sem bola
Quique Flores colocou ontem os seus homens a dançar consoante a música.
Pressão sobre o adversário, compensações, variações de direcção e velocidade em foco.
Trio ainda lesionado.
Parecia uma lição de ballet. Em dados momentos fez lembrar o bailado do Lago dos Cisnes, imagem adequada à movimentação dos jogadores do Benfica, ontem, na sessão vespertina realizada no campo principal do Caixa Futebol Campus, no Seixal.
Quique Flores resolveu dar uma lição de como fechar e jogar sem bola: Foram colocadas dez estacas em locais estratégicos e distribuídas pelo relvado num sistema táctico semelhante ao que a Naval utiliza, o 4x3x3. Depois, à vez, Quique foi chamando uma dezena dos seus homens para o ensaio da peça que quer levar à Figueira: um Benfica com capacidade pressionante e inteligente quando não tem a bola. Ao comando do treinador, os jogadores mudavam de direcção em bruscos golpes de rins, abrandavam, aceleravam. Todos para o mesmo lado, como que batidos pelo vento que não deu tréguas, num exercício que mais não pretendia que mostrar aos jogadores como ocuparem os espaços, preenchendo o vazia deixado pelos seus companheiros.
Defender em bloco
Fica o aviso a Ulisses Morais e aos seus homens: o Benfica surgirá na foz do Mondego muito mais pressionante e a morder as canelas aos adversários, no domingo.
O onze está praticamente definido e só imprevisto de última hora fará o treinador mudar de opinião: Maxi à direita, Luisão e Miguel Vítor no meio, David Luiz à esquerda da defesa; Di María à direita (muito embora Balboa tenha também sido testado), Katsouranis e Yebda no miolo da intermediária, Reyes (Urreta também fez o lugar) na asa esquerda, Aimar e Cardozo lá na frente. Depois, rodaram pelas posições outros jogadores, como Sidnei no eixo: o seu regresso, pelo menos aos convocados, adivinha-se, depois do descanso diante do Leixões. Sem Suazo, Rúben Amorim e Carlos Martins, que ainda não pisaram relva — tratamento e no ginásio —, pela tarde Quique chamou os juniores Abel Pereira e João Pereira.
A Bola 5 de Março de 09
Pressão só para a Naval
Ciente da importância de completar o percurso que falta até ao final da Liga sem percalços, Quique Flores está a preparar ao pormenor a deslocação ao terreno da Naval. O objectivo é que a equipa se apresente a cem por cento no capítulo defensivo, evitando surpresas do adversário, que o técnico das águias revela conhecer bem, tendo orientado o apronto vespertino de ontem com base no 4x3x3 utilizado por Ulisses Morais.
Antevendo o jogo com a equipa da Figueira da Foz, Quique Flores privilegiou a mecanização das movimentações defensivas, dando especial atenção à pressão sobre o, ontem imaginário, portador do esférico, numa sessão de futebol humano (sem bola) em que escalonou os jogadores em 4x4x2.
Primeiro, o técnico orientou uma formação constituída por Maxi Pereira, Luisão, Miguel Vítor e David Luiz; Balboa, Binya, Yebda e Urreta; Aimar e Cardozo, seguindo-se novas indicações à equipa constituída por Abel Pereira, Sidnei, João Pereira e Jorge Ribeiro; Di María, Katsouranis, Fellipe Bastos e Reyes; Nuno Gomes e Mantorras.
De apito na mão, Quique ordenava aos seus jogadores para que se deslocassem, primeiro, na direcção de uma estaca e logo de seguida para outra, distribuídas pelo relvado no 4x3x3 habitualmente utilizado por Ulisses Morais, procurando afinar a defesa para anular o potencial do actual 10.º classificado da Liga.
Sem se cansar de puxar pelos seus pupilos, corrigindo-os e incentivando-os sempre que necessário, Quique Flores não poupou nos elogios quando a equipa correspondia da melhor forma ao que era pretendido. "Boa pressão", foi possível ouvir, ao mesmo tempo que chegou a avisar os seus jogadores. "Não quero a bola a passar", gritou, avisando Balboa, Binya e Aimar para fecharem, naquele caso, o flanco direito benfiquista.
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O Jogo 5 de Março de 09
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